67 bilhões de reais*.
Esse é o tamanho do prejuízo oriundo do acúmulo de veículos da capital paulistana. Quem reside ou trabalha na região metropolitana de São Paulo sentiu na pele e no bolso o que uma obstrução de vias reflete no trânsito cotidiano.
Há cerca de 2 meses, um caminhão cuja altura era acima do limite permitido para passagem inferior de 4,40 metros esbarrou e danificou a estrutura da Ponte do Limão.
Este ocorrido ocasionou manutenção corretiva da mesma, o que significou bloqueio de diversas faixas e aumentou a quantidade de gargalos no dia a dia já tumultuado de quem passa por São Paulo. Foi pensando em desafios como este que um grupo de pesquisadores elaborou uma tese denominada O Uso do BIM aplicado à Gestão de Pontes e Viadutos. O objetivo deste trabalho foi documentar como poderia ser gerenciada a manutenção de uma ponte metropolitana, tomando como exemplo a Ponte Eusébio Matoso.
*Estimativa de prejuízo devido ao trânsito de São Paulo, SP, utilizando o valor de 2012 corrigido com inflação média de 5,9% aa. FONTES: Folha Vitória e ANTP.
O levantamento de dados se deu através nuvem de pontos e fotografias panorâmicas obtidas por escaneamento a laser. Na sequência, modelou-se a ponte através do Autodesk Revit, que permitiu a inserção de informação obtida em vistorias presenciais periódicas.
Boa parte das pontes que utilizamos para nos locomovermos foi concebida no início do século XX, e muitas delas não passaram por manutenção adequada. As obras de arte especiais que foram inspecionadas até hoje não contaram com um padrão de aquisição de dados e frequencia de vistorias e manutenção preventiva. Segundo Conde et al., (2021, p. 3) a falta de uma cultura de manutenção de OAEs na cidade de São Paulo é uma questão que reflete atualmente no funcionamento dos equipamentos públicos, prejudicando a segurança dos cidadãos e causando transtornos.
Atualmente, sabemos que obras públicas devem ser projetadas através da metodologia BIM, desde o início desse ano. Algumas pontes novas já foram elaboradas assim desde o princípio, o que facilita o uso e operação delas durante toda vida útil. É o caso da Ponte Laguna, localizada na zona Sul da cidade.
Inspeções de OAEs com base em modelos centrais facilitam o entendimento, transformam a vistoria oferecendo praticidade, e possibilitam o armazenamento dos dados obtidos de forma efetiva com a devida rastreabilidade. O resultado da pesquisa indicou benefícios no uso de BIM sugerido.
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Por Daphne Castaño e Juliana Conde.